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domingo, 3 de junho de 2012

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Não dormiu aquela noite... viu pela janela que o dia estava claro... olhou o relógio que marcava as sete horas da manhã. Pensou em tudo o que já havia feito, pensou em tudo o que já havia visto, e em como seus olhos brilhavam mais, alguns anos atrás.

Olhava para o teto branco daquele quarto improvisado, e pensava em como sua transformação se deu de forma tão lenta, mas ao mesmo tempo tão repentinamente. Pensava consigo em como era antes, e no que se transformara.

Deitou-se de forma mais confortável, pegou seu computador e começou a escrever algumas palavras. Nada de tão interessante, apenas pensamentos tolos que lhe passavam agora pela cabeça. Coisas banais, listas de tudo o que fizera e de tudo o que sonhava fazer até aquele momento, mas que por ironia do destino, ou por preguiça, ainda não havia feito.

Pensava em como a sociedade nos transforma, e em como tudo aquilo havia influenciado em sua formação, em seu desenvolvimento e, mais que isso tudo, em suas atitudes.

Já não há mais a alegria da juventude, o sonho de mudar o mundo, construir um futuro melhor. Sonhos foram se apagando... ideias foram deixadas no papel, a princípio, e pouco depois passaram a não sair nem mesmo da mente, não passando de meras sandices passageiras... tudo o que desejava era saber onde havia perdido o rumo de sua história.

Era uma manhã de domingo, mas não como outra qualquer... como disse, não havia dormido aquela noite... amanheceu entre as cobertas de sua cama, olhando para o teto branco daquele quarto improvisado.

Pensava no que faria naquele dia, pensou no que faria dali em diante e se teria forças ou motivações, ao menos ideias e sonhos para continuar seguindo em frente... continuar escrevendo sua história, mais que isso...

Pensou no que poderia fazer depois daquele instante em frente ao computador... não sabia o que fazer, não tinha ideia do que poderia fazer, se bem que, em certo momento, julgou não querer fazer nada... e agradeceu por não saber o que teria a fazer, apenas pensou... e deixou o tempo o levar.

Não dormiu aquela noite... viu pela janela que o dia estava claro... olhou o relógio que marcava as sete horas da manhã. Pensou em tudo o que já havia feito, pensou em tudo o que já havia visto, e em como seus olhos brilhavam mais, alguns anos atrás.

Pôs-se a escrever coisas sem sentido, ou talvez lembranças e memórias de um tempo não tão distante, um tempo real.

Era jovem ainda, mas passava por uma revolução em sua mente. Não sabia como eram as coisas, e não sabia como lidar com o mundo. Sabia apenas que havia algo de errado... no mundo... na sua vida... no seu caráter.

Colocou por fim um ponto final em seu texto, voltou-se para o teto branco daquele quarto improvisado e pôs-se novamente a pensar e viajar entre as milhares de ideias e sonhos que não mais saíram de sua mente.

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